quinta-feira, 19 de maio de 2011

Jair Bolsonaro x Movimento Gay - O duelo de intolerantes


É consenso que um dos principais nomes da política atual é o do Deputado Federal Jair Bolsonaro. E não por sua competência, ou falta de, no Congresso Nacional, e, sim, por suas declarações polêmicas, em torno da discussão mais ascendente dos últimos anos, a homofobia.

Mais uma vez as mídias não introduzem discussões profundas, não abrem o debate. O que se faz é uma grande demagogia em cima de um tema necessitado de discussões mais densas. Por que essa ignorância de alguém que é contra a PL-122 é homofóbico? Os racionais não existem? Os que refletem, e não extremam-se são ignorados. A discussão é inócua. A lei não é aberta ao grande público, é uma lei desconhecida, os detalhes não são expostos, são friamente jogados para debaixo do tapete. Por quê? Medo de uma revolta popular?

Um plebiscito seria o ideal. A nação não está comprometida por uma demagogia clerical, nem por uma demagogia gay. O povo é multicultural. E nada melhor que a diversidade decidir num tema em que diversidade é a temática central.

Neste contexto, insurge uma figura polêmica, corajosa, audaz para colocar o dedo nessa ferida. Jair Bolsonaro aparece, de forma atrapalhada, para acirrar a questão. Em resposta, o movimento gay não perdoa. Adorando os holofotes, Jair Bolsonaro continua em cima. O deputado perde sua razão em alguns momentos, embora o mesmo desperdício da razão seja praticado pelos defensores do "movimento gay"

Essa questão, absolutamente atual, nos faz pensar sobre a democracia. Muitos pedem a cassação do deputado. Isso é democrático? Uma voz dissidente é aceita neste país, ou só existe democracia quando todos concordam?

O movimento gay é ofendido, agredido... Quer seus direitos. Sim, aspiração legítima. É uma minoria que deve ser sempre preservada e respeitada, assim como qualquer ser. Mas, opa, se esquecem da minoria que está do lado de lá. É, o Bolsonaro faz parte de uma minoria, a dos conservadores. E esses? Quem respeita?

Uma palavra como "Bicha" ofende. Mas e a invasão gay na sociedade, aos olhos de um militar, conservador, acostumado com os conceitos de um século que já passou, porém ainda ideal em sua visão? como fica? Não é ofensivo também?

O que eu vejo nisso tudo é uma briga de intolerantes. Ninguém é vítima, ninguém é lobo mau. É simplesmente a eterna briga do ser humano por sua egoísta vitória, em paralelo à derrota dos que não compartilham da mesma ideologia.

segunda-feira, 2 de maio de 2011



No último dia 1° de maio, tivemos o 87° feriado do dia do trabalhador. E caiu justo num domingo. É sintomático. Durante os anos, o trabalhador só foi sendo enfraquecido, enquanto os ricos foram fortalecidos. Tanto boicote ao trabalhador que até o calendário entrou nessa.

O dia é celebrado no Brasil desde 1895, porém, somente a partir de 1925 virou feriado nacional, num decreto do presidente Artur Bernardes, da época da República Velha.

Lá se vão 86 anos, e o que mudou? Os trabalhadores ganharam ou perderam ao longo dos anos? Logo de cara, com a revolução de 1930, da ERA VARGAS, um presidente reconhecidamente popular, com a consolidação das leis trabalhistas, além da criação dos ministérios do trabalho e da educação. Educação é a solução para todos os problemas sociais, inclusive a do desemprego, e claro, oferece ao mercado de trabalho cada vez mais trabalhadores qualificados, que hoje estão em falta, embora essa ausência seja fomentada pelos mesmos que reclamam dela. De fato, essas conquistas de Getúlio Vargas representaram, e muito, para o trabalhador, principalmente o mais pobre. Anti-democrata? Existe democracia maior do que valorizar quem sempre foi alijado, igualando-os e mostrando que todos merecem direitos? Qual democracia que está sendo vendida por aí? Democracia é simplesmente o direito de várias pessoas mal educadas e alimentadas apertarem um botão e decidirem o destino do país, sem que tenham o mínimo de saúde cívica? Há muito a ser questionado e refletido.

Em 1943 é instituída a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas. Embora criticada pela grande mídia, que a coloca numa condição de arcaica, já sofreu várias alterações, desfigurando o texto original. O trabalhador só perdeu de lá para cá! Perda da estabilidade; a permissão do funcionamento de empresas fornecedoras de empregos temporários; ampla redução de direitos no governo Fernando Henrique Cardoso, a partir da década de 90...A pergunta é: Por que tanta “agressão” à CLT? O Brasil caminhou, especialmente desenhado pelo Neoliberalismo, assim: LUCRO – RICO – questões sociais Quanto mais fraco o trabalhador, mais forte é o burguês. Quanto menos direitos tem o pobre, mais poder tem o rico! Era necessário praticamente suprimir os direitos e libertar os patrões desse incomodo.

Os benefícios de uma economia capitalista, essencialmente neoliberal, trazem com ela as mazelas sociais: Miséria, desemprego, educação e saúde sucateadas. É a escolha prioritária. O Brasil, através do governo e de seu povo fez a escolha precípua pelo capital e pelos ricos.

A discussão eterna Capitalismo x Socialismo é inócua, já cansou, o Capitalismo já venceu, em suas variações mais direitistas, outras mais esquerdistas. O triste é perceber que as pessoas não vivem num mundo capitalista, elas viraram espiritualmente capitalistas. O sistema é só um ideário, a frieza dele é aceitável. Hoje, o ser humano não quer acabar com a miséria, ele quer ser rico. Hoje, o ser humano não quer acabar com o preconceito, ele só não quer ser discriminado. Hoje o ser humano não compartilha, ele guarda. O fundo disso: O trabalhador, individualmente falando, não quer lutar, não o interessa uma militância dentro da sua causa. Ele quer apenas sair dali e buscar algo melhor. O pensamento individual, embora legítimo, vem de encontro aos interesses dos detentores do poder, massacrando a população mais pobre, cada vez mais imobilizada. O resultado é a manutenção da injustiça social alarmante existente no Brasil.

Nada mais simbólico que o feriado cair num domingo para representar com fidelidade o luto dos direitos trabalhistas.


LF

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Seven de setembro





Sem dúvida alguma a independência do Brasil, com o famoso grito do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, foi um marco na história do Brasil, transformando o país tupiniquim finalmente numa pátria grandiosa e com um futuro soberano pela frente.

São 188 anos de independência de forma oficial. Contudo, baseando-se no dicionário do google, é constatado o seguinte significado para a palavra "independência": 'Condição de uma pessoa, de uma coletividade, que não se submete a outra autoridade e se governa por suas próprias leis'

Uma pessoa pode ser independente perante os mais variados aspectos. Mas tratamos de uma independência maior, de uma nação, de um país. Portanto, sempre vamos falar coletivamente.

Do ponto vista nacionalista essa independência não é como a esperada. Foi facilitada por um português, que queria ser o poderoso chefão do Brasil, ou no caso, o Imperador. O grito do Ipiranga gerou uma transição de colonos: de Portugal para Inglaterra, tudo isso pelo pagamento de 2 milhões feito a Portugal, dinheiro este emprestado dos ingleses. Em suma, na verdade, são 188 anos do nascimento da dívida externa.

Mas o fator preponderante da discussão é a semântica da palavra 'independência' já explanada acima. Questão referente aos 66 anos iniciais: Como pode uma nação se considerar independente sendo escravocrata? Independência pela metade? Os negros eram submetidos à autoridade dos brancos, e ambos, de uma maneira ou de outra, são a mesma nação. Se a independência é parcial, ela não é legítima.

Comem-se 66 anos da nossa independência.

Princesa Isabel, assinou, em 1888, a lei áurea, que deu fim à escravidão no Brasil, que, por sinal, foi a última pátria no mundo a ter escravos, isso às vésperas do século XX.

A escravidão foi abolida por interesses nobres de uma sociedade moderna e civilizada? Seria bom crer nisso. Mas a meta era o aumento do consumo, de acordo com os interesses do nosso novo patrão, a Inglaterra.

A exploração continuava. Anos à frente veio a industrialização e edificou o que conceituaria de escravidão moderna. Horas exaustivas de trabalho e um salário que nunca o justifica. Alguns poucos ficando ricos com o suor dos outros, e muitos cada vez mais pobres tendo seu suor roubado.

Sem comentários sobre a subserviência do Brasil ao Imperialismo americano!

O que é ser, de fato, independente?
O Brasil é independente mesmo?



LF