segunda-feira, 2 de maio de 2011



No último dia 1° de maio, tivemos o 87° feriado do dia do trabalhador. E caiu justo num domingo. É sintomático. Durante os anos, o trabalhador só foi sendo enfraquecido, enquanto os ricos foram fortalecidos. Tanto boicote ao trabalhador que até o calendário entrou nessa.

O dia é celebrado no Brasil desde 1895, porém, somente a partir de 1925 virou feriado nacional, num decreto do presidente Artur Bernardes, da época da República Velha.

Lá se vão 86 anos, e o que mudou? Os trabalhadores ganharam ou perderam ao longo dos anos? Logo de cara, com a revolução de 1930, da ERA VARGAS, um presidente reconhecidamente popular, com a consolidação das leis trabalhistas, além da criação dos ministérios do trabalho e da educação. Educação é a solução para todos os problemas sociais, inclusive a do desemprego, e claro, oferece ao mercado de trabalho cada vez mais trabalhadores qualificados, que hoje estão em falta, embora essa ausência seja fomentada pelos mesmos que reclamam dela. De fato, essas conquistas de Getúlio Vargas representaram, e muito, para o trabalhador, principalmente o mais pobre. Anti-democrata? Existe democracia maior do que valorizar quem sempre foi alijado, igualando-os e mostrando que todos merecem direitos? Qual democracia que está sendo vendida por aí? Democracia é simplesmente o direito de várias pessoas mal educadas e alimentadas apertarem um botão e decidirem o destino do país, sem que tenham o mínimo de saúde cívica? Há muito a ser questionado e refletido.

Em 1943 é instituída a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas. Embora criticada pela grande mídia, que a coloca numa condição de arcaica, já sofreu várias alterações, desfigurando o texto original. O trabalhador só perdeu de lá para cá! Perda da estabilidade; a permissão do funcionamento de empresas fornecedoras de empregos temporários; ampla redução de direitos no governo Fernando Henrique Cardoso, a partir da década de 90...A pergunta é: Por que tanta “agressão” à CLT? O Brasil caminhou, especialmente desenhado pelo Neoliberalismo, assim: LUCRO – RICO – questões sociais Quanto mais fraco o trabalhador, mais forte é o burguês. Quanto menos direitos tem o pobre, mais poder tem o rico! Era necessário praticamente suprimir os direitos e libertar os patrões desse incomodo.

Os benefícios de uma economia capitalista, essencialmente neoliberal, trazem com ela as mazelas sociais: Miséria, desemprego, educação e saúde sucateadas. É a escolha prioritária. O Brasil, através do governo e de seu povo fez a escolha precípua pelo capital e pelos ricos.

A discussão eterna Capitalismo x Socialismo é inócua, já cansou, o Capitalismo já venceu, em suas variações mais direitistas, outras mais esquerdistas. O triste é perceber que as pessoas não vivem num mundo capitalista, elas viraram espiritualmente capitalistas. O sistema é só um ideário, a frieza dele é aceitável. Hoje, o ser humano não quer acabar com a miséria, ele quer ser rico. Hoje, o ser humano não quer acabar com o preconceito, ele só não quer ser discriminado. Hoje o ser humano não compartilha, ele guarda. O fundo disso: O trabalhador, individualmente falando, não quer lutar, não o interessa uma militância dentro da sua causa. Ele quer apenas sair dali e buscar algo melhor. O pensamento individual, embora legítimo, vem de encontro aos interesses dos detentores do poder, massacrando a população mais pobre, cada vez mais imobilizada. O resultado é a manutenção da injustiça social alarmante existente no Brasil.

Nada mais simbólico que o feriado cair num domingo para representar com fidelidade o luto dos direitos trabalhistas.


LF

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